A Prefeitura Municipal de Eusébio realizou nesta terça-feira, (28), a II Conferência Municipal das Cidades, no auditório da Escola Estadual de Educação Profissional Eusébio de Queiroz. O objetivo do encontro foi a proposição de assuntos relacionados à Política de Desenvolvimento Urbano; a sensibilização e mobilização da sociedade para o estabelecimento de agendas, metas e planos de ação para enfrentar os problemas existentes; propiciar a participação popular e estimular a gestão democrática das políticas a serem desenvolvidas pelo município. Convocada pelo decreto municipal nº 522, a Conferência teve por finalidade a indicação de prioridades de atuação para a União, Estado e Município; eleição das entidades que comporão o Conselho Municipal de Cidades, o Conselho Municipal de Saneamento e o Conselho Municipal de Habitação e Interesse Social para o período de Julho de 2016 a julho de 2018.Uma apresentação cultural com atores da Secretaria de Cultura e Turismo, sobre a Coleta Seletiva, abriu os trabalhos do dia. A Conferência foi aberta pelo Prefeito Júnior, presidente da mesma, que aproveitando o tema da apresentação cultural, afirmou que estará viajando para São Paulo, nesta semana, para receber mais um prêmio nacional para o município, que teve seu projeto de Coleta Seletiva selecionado entre os dez melhores do País. “Isso é grandioso e mostra que o Eusébio está no caminho certo, estando na condição atual de ser exemplo para outros municípios e outros estados. Mas ao mesmo tempo que nos orgulhamos, estamos conscientes de que ainda há muito a ser melhorado”, observou o chefe da municipalidade eusebiense. “O Eusébio chegou a um momento crucial, onde os projetos sociais andam bem, mas é preciso avançar na infraestrutura. O desenvolvimento está instalado em nossa cidade e ela precisa estar preparada para isso. Queremos o desenvolvimento, mas com qualidade de vida e respeito ao meio ambiente”, sentenciou. Ele agradeceu o trabalho de ordenamento e controle urbano realizado pela Autarquia Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (AMMA) e destacou que fica pensando como a prefeitura poderia agir para chegar ao coração de cada cidadão para que ele seja um agente dessa mudança de paradigma, onde todos devam atuar na preservação do meio ambiente. “Será que vai ser preciso multar a quem joga lixo no chão. Em diversos lugares isso já ocorre. Ou será preciso agir com mais rigor contra o proprietário de terreno que deixa acumular mato e lixo, que servem como criatórios do mosquito Aedes Aegypti. Que medidas a prefeitura deve tomar para ter o auxilio da população? O objetivo é um só, o município precisa se desenvolver, com serviços de qualidade, preservação do meio ambiente e infraestrutura. E é sobre esse pensar que vocês aqui nessa conferência deverão se debruçar e pensar a cidade para os próximos anos”, asseverou o prefeito. Em seguida, falou o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Sebastião Albuquerque, agradecendo a presença de todos e desejando um bom estudo durante as discussões. O presidente da AMMA, Celso Rodrigues, por sua vez citou a presença do arquiteto e urbanista, Marrocos Aragão, que segundo ele é um visionário que está há anos luz do nosso tempo e que muito poderá auxiliar na reflexão do futuro da cidade. Após a solenidade de abertura, o arquiteto e urbanista, Marrocos Aragão, fez uma reflexão sobre as “cidades inclusivas, participativas e socialmente justas”. Ele fez uma análise sobre as cidades que estão no entorno de Fortaleza, dando destaque ao Eusébio. “O Eusébio deixou de ser cidade dormitório e passou a ter vida própria. Mas o Eusébio deve ter cuidado com o lixo urbano que está vindo de Fortaleza, como prédios sem vida e inadequados para a cidade. Os empreendedores estão de olhos voltados para cá, mas é necessária uma atenção para que a confusão urbana da capital não se instale aqui”, alertou o especialista. Ele criticou a verticalização sem qualidade e afirmou que ela deve existir sim, pois é uma forma de ter mais moradias em um único espaço, mas que elas devem ter qualidade de vida, com amplas áreas verdes, de lazer e convivência, para não tornar a cidade uma “selva de pedra”. Marrocos citou o projeto que ele está elaborando e que apresentará a cidade, que é o “Código Ético das Águas do Eusébio”, que fará um planejamento para limpeza e preservação dos mananciais e preservação da flora e da fauna do município. “Queremos um Eusébio Original, onde primeiro se preserva a natureza e depois se constrói, sem agressões ao meio ambiente”, revelou. Para Marrocos, o Eusébio tem um potencial muito grande de ser uma cidade diferencial. “A cidade deve ter zona de verticalização, zona de horizontalização e cada empreendimento deve ter amplas áreas de convivência e lazer para que os cidadãos não precisem ir à Fortaleza, mas permaneçam no Eusébio”, pontuou. O arquiteto citou, ainda, um projeto que está elaborando para a Lagoa da Precabura, o “Parque das Garças”, que preservaria o local e faria com que a lagoa deixasse de ser o quintal de muitas residências que foram construídas em seu entorno. Outro local citado por Marrocos, que segundo ele, precisa de uma melhor solução é o Galpão da Praça do Polo de Lazer, que segundo ele, deve ser repensado quando da reforma do local. “Estou propondo várias ações para o futuro para que o Eusébio mantenha sua qualidade de vida por muitos e muitos anos”, finalizou. Em seguida, ocorreu um debate sobre o tema da palestra; leitura e aprovação do regimento interno da II Conferência; orientações aos grupos de trabalho, seguido de trabalho em grupos. Após o almoço os presentes apresentaram os resultados dos trabalhos em grupo e no final a eleição dos membros dos conselhos de Cidades e de Saneamento e homologação dos delegados do Eusébio eleitos para a VI Conferência Estadual das Cidades.