Elasrealizam o atendimento clínico dos alunos todas as quartas-feiras, de 8 às 16horas, atendendo, em média, 12 alunos, por turno. "O projeto tem dois momentos,o atendimento emergencial, através da psicologia clínica e a roda de conversacom os pais. Mas atendemos também os profissionais da escola, pois que cuidamerece cuidado também," disse Tarciane Ferreira.
Eladestaca que o atendimento aos alunos conta com a aprovação dos pais, através deum documento assinado pelos mesmos. "Os pais também participam de uma roda deconversa por mês para que possamos acompanhar o resultado do nosso trabalho juntoàs famílias", revela.
A ideia segundo elas, surgiu ainda na Academia. "Na universidade já pensava em realizar um projeto social e conhecia a Rayanne, que tinha o mesmo desejo. Ela, por sua vez, conhecia a Andressa, que era de outra Faculdade, mas também tinha um projeto parecido. Juntamos nossas ideias e criamos o Projeto Pinte. Procuramos uma escola para iniciar e tínhamos duas opções; uma em Fortaleza e aqui no Paulo Sá (Mangabeira). A diretora Gabriela nos acolheu muito bem, nos deu infraestrutura e não tinha porque não escolher a Paulo Sá. Meu filho também é aluno daqui," disse Tarciane.
A ideiadas psicólogas é que o projeto chegue às outras escolas, mas por enquanto ofoco é na Escola Paulo Sá, devido à grande demanda existente. Segundo adiretora da Unidade de Ensino, Gabriela Alves, o projeto já foi apresentado aoDepartamento de Apoio ao Estudante (DAE), ao Setor de Inclusão e ao ConselhoTutelar, que aprovaram a iniciativa. "Eu encampei esse projeto porque vi ogrande potencial. Tínhamos aqui casos graves como de cinco alunos que tentaramo suicídio e 24 que se automutilaram. Além disso, casos de abusos sexuais depais e padrastos, já devidamente denunciados. Através da terapia, muitos alunosestão tendo coragem de enfrentar o problema e pedir ajuda", disse.
Gabriela frisaque o trabalho é voluntário, "Garantimos uma sala para os atendimentos e a alimentação.Apesar do pouco tempo, já estamos sentindo os resultados nos alunos. Muitos vãoà diretoria perguntar quando as psicólogas estarão aqui. A lista de consultassempre é lotada. Eles precisam ser ouvidos e ouvir também," disse Gabriela.
Ela citadois casos graves ocorridos com alunos da Escola, como o de uma adolescente de 14 anos que seautomutilava desde os 8 anos, e a mãe não percebia e outra aluna que tentou osuicídio quatro vezes. "Os pais foram chamados à Escola, participaram de umapalestra e depois, de uma conversa reservada conosco e com as psicólogas.Mostramos a responsabilidade de cada um nesse processo de resgate da criança. Masjá nos sentimos vitoriosas, pois elas estão pedindo ajuda," enfatizou.